sábado, 12 de abril de 2025

REVEZAMENTO DE COLETES BALÍSTICOS: A QUE PONTO CHEGAMOS?




REVEZAMENTO DE COLETES BALÍSTICOS: A QUE PONTO CHEGAMOS?

A crise na segurança pública brasileira atinge mais um nível alarmante. Em São Paulo, policiais militares estão sendo obrigados a revezar coletes balísticos vencidos — isso mesmo, os equipamentos de proteção individual, que deveriam garantir a integridade física de quem nos protege, agora são compartilhados entre turnos, como se fossem peças de fardamento comum.

A denúncia veio à tona após determinação do comando da PM paulista, repassada até por mensagens de WhatsApp, obrigando praças de várias regiões, como Campinas, Guarulhos, Ribeirão Preto e a própria capital, a entregar os coletes vencidos e dividir os que ainda restam em condições precárias de uso.

O caso mais emblemático foi o do Cabo Davi Orneles, de Mauá, que desabafou nas redes sociais:

“Deixaram os coletes vencerem e agora a gente tem que entregar os nossos para serem usados de forma coletiva. Ó que beleza. Hoje estou entregando o meu colete e acredito que nunca mais o veja.”

Além do risco óbvio à vida dos militares, há o problema sanitário: coletes encharcados de suor, com mau cheiro, manchados e pendurados ao sol, como mostra uma série de imagens estarrecedoras divulgadas pelos próprios policiais. A fabricante MKU, responsável por boa parte dos coletes, já declarou que o uso correto e ajustado ao corpo é essencial para a eficácia da proteção. Ou seja, o revezamento é uma tragédia anunciada.

E EM MINAS GERAIS?

Se você acha que esse problema é exclusividade de São Paulo, engana-se. Em Minas Gerais, também temos relatos de coletes vencidos e uso coletivo em determinadas unidades, principalmente no interior do estado. As denúncias ainda não ganharam a mesma repercussão, mas a realidade é semelhante: equipamentos vencidos continuam sendo usados por falta de reposição, e o policial é quem paga a conta com sua própria vida.

Inclusive, as denúncias envolvendo coletes vencidos e compartilhados em Minas foram enviadas ao Sargento Bahia, vice-presidente da ASPRA/MG, para que tome ciência e providências a respeito. Esperamos que haja uma mobilização da entidade e cobrança efetiva junto ao comando da PMMG e ao governo do Estado.

É inaceitável que em 2025 ainda estejamos debatendo o direito básico à proteção de quem arrisca a vida diariamente. Enquanto isso, gestores públicos silenciam ou alegam "processo licitatório em andamento". Quantos precisarão morrer até que algo seja feito?

O policial precisa de farda, munição, armamento, mas acima de tudo precisa de respeito.



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