O TEMPO
Servidores da segurança pública de Minas Gerais marcaram, para a próxima terça-feira (8 de abril), a partir das 9h, na Praça Sete, em Belo Horizonte, um ato para reivindicar recomposição salarial e de perdas inflacionárias acumuladas. A manifestação contará com a participação de entidades de classe do setor, como o Sindicato dos Escrivães de Polícia Civil (Sindep), e ocorre em meio a críticas ao governo estadual, acusado pela entidade de não cumprir acordos anteriores de reajuste e não ter previsão de aumento salarial para 2025.
De acordo com o Sindep, a inflação medida pelo IPCA entre 2015 e 2024 foi de 74,89%, enquanto os reajustes concedidos aos servidores da segurança somam 30,01% no período. Os aumentos foram distribuídos em três parcelas: 13% em 2020, 10,06% em 2022 (referente à inflação de 2021) e 4,62% em 2024 (referente à inflação de 2023). Segundo o sindicato, isso representa uma defasagem de 44,9% nos salários da categoria.
Os servidores também argumentam que o governo de Romeu Zema (Novo) não cumpriu integralmente um acordo firmado com a categoria, que previa recomposição escalonada das perdas inflacionárias acumuladas até 2022, com parcelas de 13%, 12% e 12%, respectivamente. Apenas a primeira parcela, de 13% em 2020, foi efetivamente paga, de acordo com as entidades. A mobilização ocorre em um momento em que o governo estadual anunciou a concessão de um auxílio-alimentação no valor de R$ 50 por dia trabalhado, com possibilidade de aumento para R$ 75 mediante o cumprimento de metas. O benefício, de caráter indenizatório, será destinado a servidores e militares em efetivo exercício com carga horária igual ou superior a seis horas diárias e 30 horas semanais. Segundo o governo, a medida pode representar uma valorização imediata de até 23% na remuneração dos policiais da base, podendo chegar a 34% com o adicional por metas..
Durante audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada em 18 de março, representantes sindicais afirmaram que o auxílio não substitui o reajuste salarial e que a mobilização continuará até que as perdas inflacionárias sejam integralmente compensadas.
Durante audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada em 18 de março,**representantes sindicais afirmaram que o auxílio não substitui o reajuste salarial**e que a mobilização continuará até que as perdas inflacionárias sejam integralmente compensadas. Em coletiva realizada em 24 de março, o vice-governador Mateus Simões (Novo) afirmou que não haverá recomposição salarial em 2025. Segundo ele, a medida se tornou inviável após o veto do governo federal a trechos do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que impediu o abatimento de cerca de R$ 3 bilhões anuais da dívida de Minas Gerais com a União. Simões afirmou que o governo tem buscado formas alternativas de valorização dos servidores, mesmo com limitações orçamentárias. Em 2024, o Executivo estadual sancionou um reajuste de 4,62% aos servidores, com base na inflação registrada em 2023, conforme a Lei 24.838/2024. A recomposição foi retroativa a 1º de janeiro de 2024. Para este ano, não há previsão de novo reajuste.
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