quinta-feira, 10 de abril de 2025

A Última Patrulha de Nárnia




A Última Patrulha de Nárnia

A noite caiu densa sobre Nárnia. Desde os ataques coordenados do novo cangaço, o Reino mágico – antes protegido por leões falantes e guerreiros lendários – agora se via entregue a um silêncio tenso, onde nem mesmo Aslam ousava rugir. A cidade principal, Cair Paravel, transformou-se num posto de resistência. E, dentro de um quartel improvisado nos arredores do antigo castelo, um grupo de agentes se preparava para mais uma patrulha noturna.

Dessa vez, os heróis não empunhavam espadas encantadas nem arcos élficos. Estavam equipados com pistolas Taurus PT 100 calibre .40 e carabinas IMBEL IA2 calibre 5,56mm. Mas o problema não era a coragem dos combatentes — era a escassez de munição.

— Dez munições por cabeça — disse o comandante da guarnição, estendendo os carregadores incompletos sobre a mesa. — As munições vencidas foram recolhidas com a promessa de reposição. Até agora, nada.

Silêncio.

— E se eles vierem como da última vez? Com fuzis e explosivos? — perguntou Lucy Pevensie, agora agente operacional da força narniana.

— A gente segura o que der... depois corre — respondeu Edmundo, com um sorriso triste.

Segundo informações apuradas, as munições das frações vizinhas também foram recolhidas sob alegação de substituição. Viaturas contam com apenas 50 munições de calibre 5,56mm — quantidade que sequer preenche dois carregadores padrão, enquanto agentes de base estão com ridículas 10 munições de pistola. Uma condição alarmante diante do nível de armamento dos criminosos, que utilizam fuzis AK-47 e AR-15, granadas e coletes balísticos.

O rádio chiou.

— Três caminhonetes sem placas, entrada pela estrada do bosque congelado — informou a voz do centauro policial, com fôlego curto.

A patrulha partiu. O veículo, velho como a própria guerra contra a Feiticeira Branca, carregava no porta-malas a esperança de um povo. Mas esperança não enche carregador.

Quando os primeiros disparos ecoaram pelas colinas geladas, Pedro Pevensie gritou por cobertura. O barulho metálico das armas descarregadas foi o som mais assustador daquela noite. E mesmo assim, não recuaram.

No amanhecer seguinte, restavam fumaça, trilhas de sangue e uma frase rabiscada com lama no capô da viatura:

“Não é o número de balas que define um guerreiro. É a coragem de enfrentar o impossível.”


LUTO

  Nota de Falecimento É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do militar 174.756-7, Soldado de 1ª Classe Alexandre Sebastião da S...