Zema e a Responsabilidade pelas Perdas Inflacionárias: Um Debate Necessário
Uma das críticas frequentes ao governo Zema é a sua postura de desviar a responsabilidade sobre as perdas inflacionárias das categorias. Embora seja fato que todos os governos tenham sua parcela de responsabilidade, é o Estado que deve responder por essas perdas, independentemente de quem esteja no comando. O argumento do governador de que "no meu governo eu faço, não tenho responsabilidade pelos anteriores" é frequentemente utilizado como uma forma de esquivar-se das cobranças.
No entanto, ao observarmos o período de gestão de Zema, fica evidente que ele também tem responsabilidades diretas pelas recomposições salariais não realizadas. Desde que assumiu em 2019, houve atrasos ou ajustes incompletos. Em 2020, ele concedeu a recomposição referente a 2018 e 2019. Já em 2021 e 2022, os ajustes foram feitos apenas parcialmente. O ano de 2023, por exemplo, ficou sem qualquer recomposição, mesmo sendo de sua gestão.
Com isso, a defasagem salarial das categorias de segurança pública e outras classes do funcionalismo público ultrapassa 40%. Em 2023, a responsabilidade de conceder pelo menos 10% de recomposição era exclusivamente do governo Zema, mas a oportunidade foi perdida. O governador, ao negligenciar essas demandas, contribuiu diretamente para o agravamento da defasagem.
É imprescindível que o governo reconheça e cumpra suas obrigações em relação aos servidores, especialmente quando se trata de perdas que foram acumuladas dentro do próprio mandato. A reposição inflacionária não é um privilégio, mas uma necessidade para garantir a dignidade e o poder de compra das categorias que servem ao Estado.
Blog da Renata Pimenta