Todo quinto dia útil, a mesma ladainha. "Tá na conta!", como se pagar salários em dia fosse um feito extraordinário e não uma obrigação básica de qualquer governo minimamente responsável. Já virou bordão oficial da gestão, repetido como se fosse um favor ao servidor público, quando na verdade é apenas o cumprimento do dever.
Sim, houve um período de parcelamentos e atrasos no passado, mas usar isso como desculpa eterna já ficou desgastado. O governo atual gosta de se comparar com a gestão que colocou Minas no vermelho, mas evita se comparar com estados que valorizam seus servidores de verdade, concedem reajustes e não tratam o pagamento em dia como um evento digno de celebração.
Se o equilíbrio fiscal e o superávit são tão comemorados, por que a valorização real dos servidores continua sendo empurrada para depois? O salário não está atrasado, mas também não acompanha a inflação, não reflete a carga de trabalho e, no caso da segurança pública, não faz jus ao risco diário enfrentado.
Se querem tanto aplausos, que façam algo digno deles. Caso contrário, melhor virar o disco, porque essa propaganda de "missão cumprida" já enjoou.
Renata Pimenta