Desabafo
Desde quando saí do sistema, tenho falado pouco ou nada sobre ele aqui. Primeiro, pela mágoa de ter o contrato rescindido muito antes do tempo, sabendo que os empossados não preencheriam o claro gigantesco de vagas que existem no sistema; segundo, por amar a profissão e, portanto, não ter a índole de falar mal dela.
Mas não estou aqui para falar dos honrosos homens e mulheres que dedicam suas vidas, adoecendo, física e psicologicamente, para manter os indivíduos à margem da sociedade presos, para que cumpram sua sentença e sejam ressocializados, na medida do possível.
Meu problema é com a gestão. Tanto a geral (governo e secretaria) quanto as individuais, diretores e coordenadores, muitas vezes despreparados, desumanos, que só querem bater a maldita meta às custas da saúde e da vida dos colegas. O que tenho recebido de relatos de assédio não está normal.
Peço, encarecidamente, que a gestão das unidades reflita: os policiais trabalham em condições insalubres, recebem uma alimentação que fere o princípio da dignidade humana, são rendidos com atraso, estão sem recomposição das perdas inflacionárias há sei lá quanto tempo, com o desconto no IPSEMG cada vez maior, e tudo isso acarreta problemas familiares.
Escalas que são trocadas por punição. Ô gente, vocês se acham os reis da cocada preta porque SÃO diretores? Deixa eu contar para vocês: para o Estado, vocês são apenas números facilmente substituídos. Sejam mais humanos com sua tropa! Abracem-na! Lutem ao lado deles, deixem de ser chefes e se tornem LÍDERES, vocês verão a diferença!
Quanto à minha história com o sistema, é só minha... E ombrear junto aos Guardiões das Portas do Inferno não é de hoje que o faço. Espero que tirem algo positivo disso.