A concessão do ato de bravura, mesmo diante de ações que claramente preenchem os requisitos legais, expõe um problema cultural e institucional que precisa ser debatido. O que deveria ser um reconhecimento justo e objetivo de ações excepcionais acaba sendo, muitas vezes, desvirtuado por excesso de burocracia, subjetividade nos critérios de avaliação e falta de compromisso com a valorização efetiva dos militares.
O "ato de bravura" é uma das mais altas formas de reconhecimento na carreira policial, mas o fato de sua concessão ser tratada como algo excepcional, mesmo em situações que claramente envolvem risco extremo e heroísmo, transmite uma mensagem equivocada aos militares: o esforço e o sacrifício podem não ser valorizados. Essa postura desmotiva a tropa e enfraquece a cultura de mérito dentro da instituição.
Além disso, há uma percepção de que o reconhecimento, por vezes, é mais influenciado por questões políticas ou conveniências institucionais do que pela análise objetiva do fato. Isso cria um ambiente de insatisfação e sensação de injustiça, prejudicando o moral dos militares e minando a confiança na imparcialidade dos processos internos.
Uma instituição como a PMMG, que depende diretamente do comprometimento, coragem e dedicação de seus profissionais, deveria priorizar a valorização concreta de seus membros, especialmente daqueles que colocam a vida em risco além do cumprimento do dever. É essencial que os processos sejam revisados, tornando-os mais transparentes, objetivos e ágeis, garantindo que o reconhecimento chegue a quem de fato merece. Reconhecer a bravura é reconhecer o valor humano e a dedicação à sociedade. Negar isso é ignorar o próprio pilar da corporação: a proteção e o heroísmo de seus integrantes.
Diante da resistência institucional ou de indeferimentos injustificados, ingressar judicialmente pode ser uma alternativa viável para militares que comprovem o preenchimento dos requisitos para o reconhecimento do ato de bravura.
PMMG 250 ANOS
Equipe Blog da Renata Pimenta