S U P O S I Ç Ã O
A aliança entre Cleitinho Azevedo e Matheus Simões poderia seguir o mesmo caminho de fracasso que aconteceu na disputa municipal em Belo Horizonte, quando Mauro Tramonte e Luísa Barreto tentaram formar uma chapa. Naquela eleição, Tramonte, que era o favorito nas pesquisas, escolheu Luísa Barreto como vice, apesar de ela estar em uma posição muito abaixo nas intenções de voto. Essa escolha, que parecia estratégica, não só não ajudou a ampliar a base de Tramonte, como também enfraqueceu sua candidatura, pois muitos eleitores não entenderam a união de dois perfis tão distintos.
No caso de Cleitinho e Simões, a situação pode ser ainda mais complicada. Cleitinho, com sua imagem de "político do povo", tem uma base mais popular, enquanto Simões tem um perfil técnico e alinhado aos interesses do grupo de Zema, com pouca conexão com o eleitorado mais tradicional de Cleitinho. A junção de estilos tão diferentes poderia gerar confusão e afastar o eleitorado, além de reforçar a ideia de que Cleitinho, apesar de sua popularidade, estaria subordinado ao grupo político dominante, algo que poderia ser rejeitado por aqueles que acreditam em sua postura de independência.
Portanto, se essa aliança realmente se concretizar, há um grande risco de que ela acabe se tornando uma versão mineira da aliança fracassada entre Tramonte e Luísa Barreto, enfraquecendo ainda mais as chances eleitorais de Cleitinho. Ele corre o risco de perder o apoio que conquistou entre os eleitores que buscam uma alternativa ao establishment político, e Simões, com seus 2% de apoio, não tem força suficiente para agregar votos significativos. Como aconteceu em Belo Horizonte, o eleitor pode perceber essa união como uma manobra sem substância, o que certamente prejudicaria a imagem de ambos.
Renata Pimenta
