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PMMG tenta identificar militar que passou fezes em farda de oficial dentro de batalhão
O militar alvo do "ataque" seria o chefe do Centro de Operações (COP); perícia da Polícia Civil colheu provas na sede da 2ª Região, em Contagem
Um oficial da Polícia Militar (PMMG) foi alvo de um ataque "sujo" na última semana. O armário pessoal do tenente, que é o chefe do Centro de Operações (COP) da 2ª Região da PM, localizada em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, teve fezes passadas em seus pertences e farda. O caso é apurado internamente pela corporação.
O TEMPO teve acesso ao registro policial do caso, descoberto no início do plantão da última quinta-feira (21 de novembro), na sede da 2ª Região, no bairro Novo Eldorado. Militares e uma faxineira da unidade policial relataram que, por volta das 6h, ao entrarem no vestiário masculino, um forte odor foi sentido, mas não foi possível precisar de onde ele estava saindo.
Apesar das reclamações sobre o mau cheiro, foi somente quatro horas depois, por volta das 10h, que a PM resolveu ligar para o dono do armário 27, de onde eles suspeitavam que o odor estivesse saindo. Foi então que, após autorização do oficial, o armário foi aberto, constatando-se fezes passadas nas paredes internas e nas roupas do 1º tenente.
"Ressalta-se que, ao abrir o armário, utilizando chave disponibilizada pela P2, o móvel, que se encontrava, de fato, trancado, não apresentava indícios de arrombamento", detalha o Boletim de Ocorrência.
A perícia da Polícia Civil foi acionada e fez levantamentos iniciais do local.
"Questão de honra"
De acordo com policiais ouvidos sob anonimato por O TEMPO, o comando da PMMG já afirmou que é uma "questão de honra" identificar o policial militar autor do atentado contra o oficial. "Os praças estão sendo obrigados a trabalhar ao extremo. Com isso, o clima está tenso dentro da PM", disse um dos militares.
A "rixa" entre praças e oficiais não é novidade dentro da corporação. Em maio deste ano, em entrevista sobre o número de policiais vítimas de suicídio na PMMG, um agente entrevistado citou a situação, explicando que um oficial com menos de um ano de experiência pode dar ordens para um praça com décadas de atuação
“O oficial é formado para comandar. O soldado é formado para executar a missão. A remuneração, inicialmente, é o dobro para quem é oficial (em comparação com os praças), e essa diferença aumenta ainda mais no final da carreira”, conta. Para o policial, essa disparidade nas carreiras abre brecha para abusos. “Apesar de existir previsão legal para reclamar de superior, na prática, não funciona. Quem ousa questionar é mais perseguido ainda”, denunciou na época.
Procurada nesta segunda-feira (25) pela reportagem, a PMMG informou, por nota, que trata-se de "questões disciplinares internas" que estão sendo apuradas pela Subcorregedoria da 2ª Região da Polícia Militar. A Polícia Civil também foi procurada, mas não se manifestou