A situação que vivemos hoje é de total angústia e frustração. Todos os dias, nós, policiais militares de Minas Gerais, enfrentamos o peso de um trabalho árduo, sem o devido reconhecimento, e com a sensação de que estamos sendo esquecidos. A falta de ação e de soluções concretas por parte das autoridades não só desmotiva, mas nos desilude completamente.
A sensação de estar no limite é real. Estamos esgotados, mentalmente e fisicamente. O trabalho que deveria ser gratificante se transformou em um peso insuportável, e a cada dia a esperança de mudança parece mais distante. Muitos de nós estamos sendo forçados a buscar alternativas, até mesmo deixando de lado a dedicação à segurança pública, porque simplesmente não dá mais. Não há mais estímulo, não há mais apoio, e o que nos resta é a luta solitária, enquanto o crime só cresce.
O pior de tudo é ver que, enquanto nós, na linha de frente, damos tudo de nós, a liderança parece alheia ao que está acontecendo. As promessas feitas no início de mandatos se dissipam com o tempo, e a falta de ação concreta faz com que qualquer esperança que tínhamos se perca. A liderança não nos ouve, não entende a gravidade da situação, e as palavras vazias só pioram tudo.
Estamos à beira do colapso. E a sociedade, que depende do nosso trabalho, será a maior prejudicada. Não é apenas uma questão de salários ou benefícios, é uma questão de dignidade, de respeito, de reconhecimento do valor do nosso trabalho. A cada dia que passa sem uma resposta eficaz, a desmotivação aumenta, e o medo de ver o crime dominar o Estado se torna uma realidade cada vez mais iminente.
É triste e angustiante ver tantos policiais, com anos de serviço e uma história de dedicação, perdendo a fé na corporação e no sistema. Estamos aqui, fazendo o nosso melhor, mas quando o próprio sistema nos deixa à deriva, é difícil continuar. E, sinceramente, se nada for feito, o caos não estará apenas nas ruas, ele estará dentro das próprias forças de segurança.
Estamos cansados. E a sociedade precisa entender que, se a tropa não for valorizada, se o reconhecimento não vier, o que virá é um colapso completo. Não apenas para nós, policiais, mas para todos aqueles que, como nós, acreditaram que um dia a segurança pública poderia ser sinônimo de proteção real e eficaz.