DESABAFO DE UM SERVIDOR QUE CLAMA POR JUSTIÇA
Eu e minha esposa somos do Sistema Prisional. Ambos servidores efetivos, e estamos aqui para expor uma realidade que muitos vivem, mas poucos têm coragem de falar. Todo mês, religiosamente, pagamos o IPSEMG. Neste mês, somando mensalidade e coparticipação, o valor no nosso contracheque ultrapassou R$ 600,00.
Até aí, você pensa: "Bem, é o preço para ter um plano de saúde decente." Mas sabe o que descobri? Que na nossa cidade não há pediatra ou hospital que aceite o IPSEMG. Todos os médicos e instituições cancelaram o convênio. Meu filho, de apenas 5 anos, precisou de um pediatra, e simplesmente não conseguimos.
Agora eu pergunto: onde está o dinheiro que pagamos? Para onde está indo esse valor exorbitante? O mesmo governador que diz que Minas Gerais está "nos trilhos" permite que servidores essenciais sejam lesados dessa forma. Nós, que dedicamos nossas vidas ao Estado, que enfrentamos riscos e responsabilidades diárias, somos tratados como se estivéssemos pedindo um favor.
E ainda temos que ouvir que somos uma "casta privilegiada"? Isso é um tapa na cara de quem trabalha duro, de quem paga suas contas e ainda sustenta um sistema de saúde que sequer funciona.
Estamos sendo roubados na cara dura. E, enquanto isso, nossos filhos sofrem, nossa dignidade é ferida, e a sensação de abandono só cresce. Como podemos acreditar em um Brasil melhor, em um Estado mais justo, quando a realidade para quem serve e protege é essa?
Algo precisa mudar. Não queremos privilégios, queremos respeito. Queremos o mínimo de retorno pelo que nos é tirado mês a mês. Esse desabafo é por mim, pela minha família e por todos os servidores que vivem essa mesma indignação.