quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Quando o assediador continua impune, outras vítimas se silenciam por medo ou descrença na justiça, criando um ciclo de abusos sem fim. Isso é inaceitável.




A transferência constante de um assediador de unidade em unidade, sem que medidas efetivas sejam tomadas para responsabilizá-lo, é uma clara demonstração da falha do sistema em proteger suas vítimas e garantir justiça. Em vez de enfrentar as consequências de seus atos, o assediador é simplesmente movido de um local para outro, como se a troca de ambiente fosse suficiente para encobrir a gravidade dos crimes cometidos.


As policiais que foram vítimas desse assédio estão adoecendo. O impacto psicológico e emocional causado por esses atos é devastador, e a falta de ação por parte das autoridades transforma essa dor em uma ferida aberta, que se agrava a cada dia. O simples fato de que esse indivíduo continua a circular pelas unidades, sem qualquer punição, demonstra o descaso com o qual essas denúncias estão sendo tratadas.


Essa prática de transferências não só perpetua a impunidade, mas também envia uma mensagem muito clara: a instituição não está comprometida em proteger suas integrantes. Quando o assediador continua impune, outras vítimas se silenciam por medo ou descrença na justiça, criando um ciclo de abusos sem fim. Isso é inaceitável.


Nós, enquanto sociedade, não podemos aceitar que essas mulheres continuem sendo violentadas em seu ambiente de trabalho. Não podemos permitir que esse caso seja apenas mais um a ser "resolvido" com uma mudança de local de trabalho para o agressor. Queremos justiça. Queremos que o caso seja devidamente investigado, que todas as vítimas tenham sua voz ouvida e que o responsável seja punido na medida de seus atos.


O assédio não é um problema que se resolve com transferências; ele precisa ser combatido com ações concretas. Queremos transparência, queremos investigações sérias, e, acima de tudo, queremos que as vítimas possam retomar suas vidas sem o medo constante de que seus agressores voltem a atormentá-las em um novo local. Basta de impunidade. É hora de agir.



Blog da Renata Pimenta 


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