terça-feira, 27 de agosto de 2024

PM assassinado em MG se formou com sargento Dias e falou sobre o colega antes de morrer

Artigo

PM assassinado em MG se formou com sargento Dias e falou sobre o colega antes de morrer

Corpo do sargento Hebert Oliveira da Silva, 35 anos, foi enterrado na manhã desta terça-feira

O corpo do sargento Hebert Oliveira da Silva, de 35 anos, foi enterrado na manhã desta terça-feira (27) no cemitério Porto Seguro, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, em meio a pedidos de Justiça. O militar, que tinha dez anos de corporação, era considerado de comportamento exemplar. Durante o funeral, Lilian Oliveira da Silva Lima, uma das irmãs de Herbert, revelou que ele e o sargento Dias, 29 anos, assassinado em janeiro deste ano por um bandido durante uma perseguição no bairro Novo Aarão Reis, em Belo Horizonte, eram amigos e se formaram juntos. Nos dois casos, os criminosos tinham várias passagens pela polícia, mas estavam em liberdade.

Lilian mora em Pompéu, na região central de Minas. Hebert foi assassinado na BR-352, em Onça do Pitangui, quando voltava para Pará de Minas após passar o domingo com a irmã. Lilian contou à Itatiaia que o sargento estava feliz e que, momentos antes de o irmão ir embora, os dois conversaram sobre a morte do sargento Dia

“Lembramos do amigo que ele perdeu (sargento Dias), que nos marcou muito. Comentamos sobre esse acontecimento e ele falou: ‘era meu colega de turma, estudei com ele’”, disse a irmã, que revelou ainda ter pressentido algo e fez a seguinte recomendação ao irmão: “Se acontecer isso com você, não dê bobeira, não. Você atira e se defende, porque bandido não tem nada a perder”, lembra a irmã, que completou. “Quando aconteceu, falei: meu irmão não atirou para matar, porque atirou na perna”, disse, referindo-se ao fato de um dos suspeitos ter sido baleado na perna.

Pedido de Justiça

Esdras Oliveira da Silva, irmão de Hebert, é agente penitenciário. Ele cobrou Justiça e lembrou que o assassino do irmão tinha 27 passagens pela polícia. Adriel Deivid Viegas Leão, 20 anos, morreu em confronto com os militares.

“O que a gente vê é o que vai acontecendo ao longo do tempo: vidas sendo ceifadas e bandidos tirando vidas de cidadãos de bem a troco de nada. E nada é feito. A gente sabe que a lei é bonita no papel, mas, na prática, ela não funciona. E os bandidos sabem e, por isso, continuam cometendo crimes. Inclusive, esse bandido que matou meu irmão tinha 27 passagens pela polícia e estava em liberdade cometendo mais crimes. Somos reféns dos bandidos”, desabafou.


O crime

O sargento Hebert Oliveira da Silva, 35 anos, que é natural de Ribeirão das Neves, na Grande BH, mas lotado na Companhia Independente de Pará de Minas, foi baleado no peito quando passava pelo BR-352, por volta das 22 horas do último domingo (25).

A dupla de criminosos, que estava em uma motocicleta, queria roubar o veículo do sargento, mas acabou atirando no policial quando percebeu que ele era agente de segurança pública. O sargento morreu em um pronto-socorro, e os suspeitos seguiram para Belo Horizonte. Um deles, Rafael Libério Moreira de Faria, 21 anos, foi baleado na perna e deixado pelo comparsa na UPA Nordeste. Assim que deu entrada, os médicos acionaram o 190.

A PM levantou informações e descobriu que Rafael tinha participado do roubo contra o sargento no interior do estado. Os militares levantam que o comparsa do suspeito, Adriel Deivid Viegas Leão, 20 anos, foi visto nas imediações do Parque Guilherme Lage, bairro São Paulo, onde teve início uma perseguição com forte aparato policial, inclusive o helicóptero Pégasus.

O suspeito entrou em um motel na avenida Antônio Carlos, região da Pampulha. De acordo com a PM, ele ficou em um quarto, armado, e resistiu à prisão, sendo baleado. Adriel foi encaminhado para o hospital João Pronto-Socorro João XXII, onde morreu.

Um revólver calibre 38 foi apreendido. O comparsa dele ferido na perna foi preso.



Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
Amanda Antunes
Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.

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