Chega um ponto em que a gente simplesmente cansa. Cansa de ver injustiças sendo cometidas e, mais ainda, de perceber que aqueles que deveriam lutar por mudanças escolhem se calar. Tenho recebido diversas denúncias sobre algumas unidades do Colégio Tiradentes da Polícia Militar (CTPM), e isso precisa ser dito: os problemas só persistem porque há quem prefira a omissão.
Quando as denúncias chegam até mim, creio que os pais e responsáveis querem uma solução. Sempre mantenho o anonimato. Na verdade, o comando quer resolver, não ficar querendo saber quem enviou ou deixou de enviar as denúncias. Isso eu acho ótimo. Mas, em seguida, chegam os pais—os mesmos pais que deveriam proteger seus filhos e garantir um ambiente melhor para eles—e pedem para que as denúncias não sigam adiante. "Não queremos problemas, temos medo de perseguições," eles dizem.
Vamos ser claros: o que vocês estão fazendo ao silenciar é ensinando seus filhos a viverem com medo, a aceitarem o que está errado. Como pais, é sua obrigação lutar pelos direitos dos seus filhos, não se esconder atrás de desculpas ou do medo. Essa postura covarde só perpetua um ciclo de injustiça e insegurança.
Eu não queria estar na pele dessas crianças, que crescem vendo seus pais se curvarem diante da injustiça. Elas estão aprendendo que é melhor ser omisso do que lutar pelo que é certo. Vocês estão deixando para elas um legado de medo e submissão, quando deveriam estar ensinando a lutar, a reivindicar o que é justo.
Quando é com minha filha, eu coloco a cara e vou até o fim. Aí de quem ousar perseguí-la.
Se vocês, que são pais, preferem continuar sendo covardes, que assim seja. Mas saibam que essa omissão tem um preço, e quem vai pagar por ela não são vocês, mas seus filhos.
Parem de conversar fiado nos portões das escolas. Se realmente querem um futuro melhor para seus filhos, que sejam tratados com dignidade, tomem uma atitude. Não deixem que o medo dite as regras da vida deles. Lutar pelos direitos dos seus filhos não é uma escolha—é uma responsabilidade.