Mesmo com Kalil no partido, ex-secretária de Zema deve ser vice de Tramonte
O governador convidou os dirigentes do Republicanos para um almoço nesta quarta-feira (31/7)
Luísa Barreto, ex-secretária de Romeu Zema e pré-candidata à Prefeitura de Belo HorizonteFoto: MariA expectativa é que o apoio do Novo e a indicação de Luísa para a vice sejam comunicados por Zema às lideranças do Republicanos em um almoço. O Aparte apurou que o governador convidou os presidentes estadual e municipal do partido, Euclydes Pettersen e Gilberto Abramo, respectivamente, o deputado estadual Carlos Henrique, que é um dos líderes do Palácio Tiradentes na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), e Tramonte.
Procurado, Euclydes, que confirmou o almoço nesta quarta, admitiu as conversas para que o Novo apoie Tramonte e indique a vice. "Queremos não só a composição agora, mas também ajudar na governança e na viabilidade do Mauro caso, que assim Deus queira, seja eleito", reconheceu o presidente estadual, que, por outro lado, ponderou que outros assuntos serão tratados no encontro.
O potencial apoio do Novo pode selar a aproximação entre o governo Zema e o Republicanos que deseja uma ala do partido há algum tempo. A convite de Carlos Henrique, o governador foi ao aniversário de dez anos do Templo de Salomão, sede da Igreja Universal do Reino de Deus, que está frente do partido, no último domingo (28/7) em São Paulo (SP). Além disso, o partido está na base do Palácio Tiradentes na ALMG.
Zema nunca bancou a pré-candidatura de Luísa à PBH. No último dia 4, em uma agenda em Lagoa Santa, na região metropolitana, o governador apontou que as pesquisas de intenções de veto e as alianças que definiriam se a ex-secretária seria cabeça de chapa ou não. “Quero salientar que diálogos e conversas têm havido em todos os sentidos para definir sobre quem vai caminhar com quem”, disse ele na ocasião.
De acordo com a última rodada da pesquisa DATATEMPO, feita entre 4 e 8 de julho, Luísa tinha 1,5% das intenções de voto e Tramonte, 22,4% - TRE MG-02187/2024. Em 2020, quando o diretório nacional do Novo ainda não havia autorizado composições com outros partidos, o candidato à PBH foi Rodrigo Paiva, que teve 3,83% dos votos válidos.
As conversas entre o Novo e o Republicanos haviam avançado na última semana, mas a filiação de Kalil ao partido de Tramonte colocou as tratativas à prova. Então filiado ao PSD, o ex-prefeito, que se aliou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi adversário de Zema nas eleições para o governo de Minas Gerais em 2022, quando criticou a atenção dispensada pelo Palácio Tiradentes à prefeitura e a proximidade entre o governador e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Questionado, Euclydes respondeu que a chegada de Kalil está mais a critério de Abramo. "Nós estamos buscando o maior número de pessoas para apoiar o Mauro. (...) Ele é uma pessoa que tem notoriedade, foi prefeito de Belo Horizonte e é um nome para somar, sim. Mas volto a afirmar que nós estamos tratando uma questão municipal", reiterou ele, em alusão a uma eventual candidatura do ex-prefeito ao governo de Minas em 2026.
Procurada nesta terça-feira (30/7), Luísa Barreto, negou qualquer articulação de aliança. “Não tem nada. Não tem nenhuma definição”, se limitou a dizer. A reportagem voltou a procurar Laguna, mas, até a publicação desta reportagem, o presidente estadual do Novo não atendeu aos contatos. O espaço permanece aberto.
