domingo, 5 de maio de 2024

Sob ameaça de greve das forças de segurança, Zema diz que só consegue fazer reajuste salarial de 3,6%


Por  — Rio de Janeiro

 


O governador de Minas GeraisRomeu Zema (Novo), disse nesse sábado (4) que a proposta do governo de reajuste de 3,6% do salário dos servidores do estado é tudo que ele pode fazer, devido à situação financeira de Minas. A declaração foi dada durante um encontro do partido de Zema em Belo Horizonte.

Zema vem sofrendo ameaças de greve das forças de segurança do estado caso não haja uma nova proposta de recomposição inflacionária. De acordo com sindicatos de policiais e bombeiros, não há correção de inflação há sete anos em Minas Gerais, ocasionando uma defasagem salarial de 41% das categorias.

A proposta enviada por Zema à Assembleia Legislativa está abaixo da inflação de 2023, registrada em 4,62% pelo IPCA.

“Eu gostaria de dar um reajuste de 30%, só que nós temos de dar um reajuste de acordo com o recurso que o governo tem. Eu não serei irresponsável de voltar a atrasar pagamentos, de entregar para o meu sucessor um estado arrasado, como eu assumi”, disse o governador durante o evento.

Embora as forças de segurança sejam impedidas por lei de aderirem a uma greve completa, a alternativa que bombeiros e policiais podem adotar é a da chamada “estrita legalidade”, conhecida como “operação tartaruga”. Isso ocorre quando os servidores fazem apenas o obrigatório pela lei, tornando o trabalho de segurança lento e ineficaz.

Em resposta à possibilidade de greve, Zema respondeu que não pode "deixar os alunos sem merenda, ou o mineiro sem remédio".

“Nós sempre tivemos essas ameaças e quem sofre com isso é a população. Eu até acho que a população gostaria muito de ter algo próximo do que muitos servidores ganham, então nós temos de olhar o interesse global do estado”, declarou.

Além do reajuste de 3,6%, o PL enviado ao Legislativo ainda reduz o repasse da obrigação patronal, dos atuais 16% para apenas 1,5%, eleva a cobrança da previdência dos militares de 8% para 10,5% e implementa uma alíquota de 3% para a saúde. O projeto do governo está sendo analisado pela Assembleia Legislativa

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