BRASÍLIA. A informação sobre o número de fugas registradas em presídios brasileiros no ano passado foi colocada sob sigilo pelo Ministério da Justiça. De acordo com o portal Metrópoles, o pedido com os dados foi feito por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), mas foi negado. O argumento utilizado pela pasta foi o de que o levantamento tem caráter “reservado” e, por isso, não será divulgado pelos próximos cinco anos.
O decreto de sigilo em relação ao número de fugas ocorre após o registro do primeiro caso em uma penitenciária federal. Em fevereiro, no presídio de Mossoró (RN), dois detentos conseguiram escapar do prédio, o que gerou a primeira crise de Ricardo Lewandowski como ministro da Justiça e Segurança Pública, dias após a posse dele no cargo. Isso porque expôs falhas na segurança da unidade federal, incluindo câmeras desativadas e iluminação precária. Os fugitivos conseguiram escapar ao danificar a estrutura da luminária e cortar as grades externas com alicates.
A demora na recaptura estava prejudicando a imagem do governo federal. Lewandowski, inclusive, evitou divulgar os dados sobre os gastos relacionados à operação de recaptura. Contudo, conforme mostrou O TEMPO Brasília, 34 dias de buscas custaram cerca de R$ 1,5 milhão aos cofres públicos. Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho, foram presos 50 dias após a fuga. A informação da pasta era de que os dois se preparavam para fugir para o exterior.