Com máscaras, servidores da Segurança exigem reajuste e protestam contra Zema
Lideranças alertam para situação limite e que é necessário negociação para evitar uma paralisação da categoria
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A manifestação reúne policiais militares, civis e penais, bombeiros militares, agentes socioeducativos, diversas lideranças de sindicatos e parlamentares.
“Esse governo está há mais de cinco anos ignorando a necessária recomposição das perdas inflacionárias. No momento, a tropa já está amargando mais de 40% de perda, só que agora soma-se a isso uma mudança de contribuição que o governo deseja aprovar para o IPSM (previdência militar) e aumentar descontos”, disse o deputado Cristiano Caporezzo (PL), que é vinculado às forças de segurança.
Segundo o parlamentar, o tema da segurança pública é um ponto fraco da relação entre o governo e os parlamentares e que os deputados vão continuar pressionando a administração estadual para que amplie o diálogo com a categoria. Caporezzo afastou a possibilidade de uma paralisação da categoria, mas alertou que é necessário um diálogo com os servidores
"Se o policial guardar o porrete em casa, o crime domina. E eu tenho certeza que não é isso que a nossa sociedade merece e que não é isso que o governo deseja", avalia.
Para o deputado Sargento Rodrigues (PL), o governo está arriscando demais. “A polícia vai cruzar os braços. O Zema apostou nisso. Porque além do policial estar lutando pelas perdas salariais, agora tem que lutar para não descontar a previdência”, diz o parlamentar.
Os servidores carregam faixas e um carro de som onde os parlamentares têm se revezado nos discursos e cobranças ao governo Zema.
Proposta
O governo Romeu Zema anunciou um reajuste de 3,62% para todas as categorias da administração estadula, inclusive às forças de segurança.
Lideranças das forças de segurança e parlamentares como o deputado federal Pedro Aihara (PRD) rechaçaram a proposta e destacaram que ela está longe de atender às necessiadades dos servidores.
"A proposta que foi apresentada pelo governo, em que pese, nós sejamos completamente sensíveis à difícil situação fiscal do Estado, ela não contempla sequer a inflação do ano passado. A gente fala de uma inflação que somente do ano passado, ela chegou próximo de 5%, ou a indicação da recomposição, ela vai pouco mais de 3%", lamenta o parlamentar.
Operação tartaruga
Alguns representantes de sindicatos presentes ao ato não afastam a possibilidade de paralisação.
“A categoria recebeu isso com uma indignação total. Esperava-se que o governo mandasse algo mais robusto, pegando pelo menos a inflação dos últimos três anos. Então, nós vamos tomar as atitudes que tiver que tomar, se a gente precisar de trabalhar com futuras paralisações nas atividades, trabalhar na estrita legalidade, com certeza a categoria vai aderir”, explicou Wemerson Oliveira, presidente do sindicato.
Também conhecida como “operação tartaruga”, a estrita legalidade é a greve feita pelos policiais, que passam a cumprir apenas o básico da lei, tornando o processo mais lento