Welbert de Souza Fagundes, réu pela morte do sargento Roger Dias da Cunha, morto com um tiro na cabeça no início de janeiro, em Belo Horizonte, denuncia que foi agredido por policiais penais e militares dentro do presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, onde ele esteve detido. O jovem estaria sofrendo violência física e psicológica no cárcere. Na última sexta-feira (8), a Justiça autorizou que o acusado passe por um novo exame de corpo de delito.
O jovem relatou o suposto caso de agressão ao seu advogado, Bruno Rodrigues. Segundo o réu, policiais militares foram até à unidade prisional para agredir Welbert, que teria sido arrastado para uma cela isolada durante a madrugada e agredido com tapas na cara. Os policiais teriam enrolado blusas nas mãos para que as pancadas não produzissem hematomas, mas, mesmo assim, Welbert teria ficado ‘todo machucado’.
Essas agressões teriam ocorrido no dia 6 de fevereiro. No dia seguinte, Welbert participaria de uma nova audiência de custódia, ato que foi requerido repetidas vezes pelo advogado. No entanto, o réu não foi levado para o fórum, pois, segundo agentes do presídio, estaria com sarna. Informações recebidas pelo advogado dão conta de que Welbert chegou a ser levado para a portaria do presídio, mas, por estar ensanguentado, foi levado de volta para a cela e acabou participando da audiência remotamente. Os policiais penais teriam se recusado a levar Welbert para a audiência, pois, naquelas condições, a situação ‘daria problema para a diretoria’.
Em uma outra audiência realizada dias antes, também de forma on-line, o réu teria tentado relatar as agressões sofridas, mas não foi escutado pela juíza por estar falando baixo. Ao ser questionado, ele levantou a câmera do computador para mostrar que havia um homem na porta do cômodo, observando o detento.
A Justiça autorizou a transferência de Welbert para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem Mesmo no novo presídio, o detento ainda estaria sofrendo retaliações. A Justiça orientou a penitenciária a instalar câmeras em frente a cela.