Associações de militares de Minas Gerais temem que o ingresso de mulheres nas instituições militares diminua após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada na última quinta-feira (29/2). A medida foi implementada com a intenção de reduzir a exclusão do grupo no ambiente profissional.Em entrevista ao Estado de Minas, o presidente da Aspra, Héder Martins de Oliveira, afirma que, a partir da mudança, o receio é que o preenchimento de mulheres seja menor, embora os dados só possam ser confirmados depois que o próximo concurso seja realizado nas novas normas.Não há segurança de que isso melhore ou piore o ingresso da mulher nas corporações, mas existe o receio de que o preenchimento de mulheres seja menor”, diz Héder. Ele teme ainda que, com as mudanças, fique mais difícil para mulheres alcançarem os mesmo resultados que os homens nas provas.
“A entrada de mulheres vai ser dificultada. Não nos aspectos intelectuais, mas por se tratar de uma ampla concorrência. Antes havia a possibilidade de garantir um ingresso mínimo de mulheres na instituição e, agora, não”, completa.
Por outro lado, a vice-presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (AOPMBM), Rosângela Freitas, acredita que a mudança seja natural, de acordo com a busca pelos direitos das mulheres. Para a vice-presidente, as mulheres que buscam entrar nesses espaços terão que se adequar às mudanças.Rosângela afirma, ainda, que a associação não pode afirmar se o número de mulheres nas instituições deve diminuir, ou não, mas que em outros estados que realizam os concursos com ampla concorrência, o ingresso de mulheres na área militar fica em torno de 10 a 15%, média que se aproxima da restrição de vagas assegurada anteriormente.Nos estados de São Paulo e Alagoas, por exemplo, os concursos sempre tiveram ampla concorrência, e a média do ingresso de mulheres fica entre 10 e 15%. O que nós temos observado é que a carreira militar, pelas suas características, nem sempre é atrativa para mulher.A discussão sobre o assunto foi gerada depois de o ministro Kássio Nunes Marques, do STF, decidir que a restrição de 10% das vagas destinadas às mulheres.