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Duas vidas foram perdidas em uma tragédia envolvendo policiais militares do Distrito Federal e transtornos psicológicos graves. Enquanto duas famílias choram, outros milhares de militares dentro da corporação enfrentam dificuldades em acessar o tratamento de saúde mental adequado. A Polícia Militar do DF (PMDF) conta com apenas um médico psiquiatra para atender cerca de 10 mil integrantes da tropa.
O caso levantou um alerta na corporação. Mensagens trocadas entre PMs citam falhas dentro da estrutura da Polícia Militar do DF quando o assunto é a saúde mental do efetivo. Um homem chegou a dizer que Paulo Pereira já teria passado por avaliação médica, mas não houve qualquer ação para o retirar do serviço de viatura nas ruas, armado.
Atualmente, a PMDF tem o Centro de Assistência Psicológica e Social (Caps), subordinado à Diretoria de Assistência à Saúde (DAS) e ao Departamento de Saúde e Assistência ao Pessoal (DSAP), para dar assistência em saúde mental para policiais militares e beneficiários. Mas, como o Metrópoles já havia mostrado em julho de 2023, o quadro de médicos efetivos tem apenas um psiquiatra.
A matéria também mostrou que a corporação contava com somente 54 médicos efetivos para zelar pelas aproximadamente 72 mil vidas de policiais militares da ativa, da reserva e familiares. Policiais relatam “sucateamento” do Centro de Assistência Social da PMDF devido aos baixos investimentos em profissionais adequados.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que “possui rede credenciada do sistema de saúde, dispondo atualmente de clínicas de psiquiatria e de psicoterapia para atendimento”. “Além disso, a PMDF, por meio da Capelania Militar e do Centro de Promoção e Qualidade de Vida, conta com assistência psicológica que funciona 24 horas, sete dias na semana, além de promover cursos para a saúde mental do policial militar.”
A corporação acrescentou que, no próximo concurso para médicos, “há previsão de [abertura de] cinco vagas para psiquiatras, sendo três para provimento imediato, e duas para cadastro reserva”.
Detidos também denunciam
A tragédia gerou preocupação também em familiares de policiais militares que lutam contra transtornos psicológicos e/ou psiquiátricos. Além dos PMs que estão nas ruas, a cúpula da corporação que está encarcerada, aguardando julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos de 8 de Janeiro, denuncia falta de acesso aos tratamentos adequados.
Fontes ouvidas pelo Metrópoles relatam que a PMDF alega, em laudos de inspeção pericial, que os militares d