PM resgata crianças trancadas sem água e com comida estragada em MG
Mãe, que permaneceu fora por mais de 7 horas, foi presa; policiais compraram alimentos e até chinelos para as vítimas de 6 e 2 anos
Por Gabriel Rezende Publicado em 17 de dezembro de 2023 | 18h13 - Atualizado em 17 de dezembro de 2023 | 18h17
Duas crianças de 6 e 2 anos em situação de abandono foram resgatadas pela Polícia Militar (PM), em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, nesse sábado (16 de dezembro). Elas estavam trancadas em casa sem água e com comida estragada. A mãe, que permaneceu fora por mais de sete horas para ficar com o namorado, foi presa em flagrante.
Os policiais do Grupo Especializado em Policiamento de Áreas de Risco (Gepar), do 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM) chegaram ao local às 20h30. Como a porta da casa estava trancada, os policiais precisaram arrombá-la.Em um vídeo, a menina de 6 anos admitiu para os policiais que estava com fome. Ela também revelou que a mãe saiu por volta das 14h para um “forró”. Um vizinho acionou a PM, após escutar as crianças pedindo por água. Ele usou um buraco no vidro da porta da sala da casa onde estavam os meninos para entregar uma garrafa de água.
Os policiais encontraram uma situação de abandono das crianças. O menino de 2 anos estava com a fralda suja. No fogão, havia comida estragada, que exalava mau cheiro. A única água disponível era a garrafa entregue pelo vizinho. Diante do cenário de necessidade, os policiais compraram alimentos e até chinelos para as vítimas.A mãe das crianças só retornou para casa às 21h40, após mais de sete horas de ausência, conforme o boletim de ocorrência. Questionada pelos policiais, ela disse que deixou os filhos trancados por 30 minutos para ir à casa do namorado. Os policiais refutaram a versão, apontando estarem há mais de uma hora no endereço.
Além disso, consideraram o depoimento do vizinho que viu a mulher saindo de casa às 14h para prendê-la em flagrante por abandono de incapaz. Ela foi detida e encaminhada para delegacia. Acionado, o Conselho Tutelar levou as crianças para a casa da tia delas.