A maior preocupação dos deputados estaduais é que o reajuste dos servidores não seja prejudicado nas negociações para pagar as dívidas de Minas com a União, diz o deputado estadual Cassio Soares (PSD), líder do bloco Minas em Frente, que dá suporte ao governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa.

“O servidor merece ter a recomposição, merecer ter os reajustes anuais, porque já existe uma defasagem ao longo dos últimos anos e perspectivas de defasagens ainda maiores nos próximos anos. Esse ponto é o mais sensível que nós temos hoje no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), mas estamos buscando alternativas”, diz o parlamentar.

Cássio Soares, que preside o PSD em Minas Gerais, foi o entrevistado desta sexta-feira (3/11) no quadro Café com Política da FM O TEMPO 91,7. O parlamentar foi enfático ao afirmar que o RRF é polêmico e tem medidas duras, mas que não existem alternativas.

“Estamos buscando, inclusive o presidente Tadeu nos reuniu, os líderes da Assembleia, estamos pensando qualquer alternativa. Mas temos algumas pontos contra, uma delas é o tempo. Temos até 20 de dezembro, que é o prazo determinado pelo STF, via liminar, para que o governo de Minas faça adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, até lá temos que dar essas alternativas e colocá-las na mesa”, destaca.

Cássio Soares reforçou que o RRF não vai resolver o problema da dívida de Minas, mas que seria o caminho para o Estado se reerguer. Ele destaca que é necessário diálogo para avançar nas negociações entre o governo estadual e os parlamentares.

“Estamos evoluindo para encontrar esse ponto ideal na relação. Estamos vindo de um processo recente que é o de aumento de independência entre os poderes. Antes do advento das emendas impositivas, o deputado tinha a necessidade da emenda, o governo pagava se quisesse e acabava tendo um domínio muito maior sobre os parlamentares. Agora, os deputados terão aquela emenda garantida independente do voto, então outros pontos estão na mesa, como o respeito, atenção, a coparticipação na gestão e solução dos problemas do Estado”, avalia.

Segundo ele, apesar de Zema estar no segundo mandato, ele veio de uma área fora da política, mas que está aprendendo de demonstrando disposição para ampliar esse diálogo