Em evento realizado nesta segunda-feira (30/10) em Belo Horizonte, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, atribuiu o crescimento da dívida de Minas Gerais a uma falta de humildade e capacidade de negociação do governador Romeu Zema (Novo). O ministro afirmou que a situação se agravou porque os governadores pensam em resolver um problema do próprio mandato e acabam jogando a dívida para os próximos gestores.

“O Estado está perto da inviabilidade, é uma realidade. Mas é uma realidade porque o Estado deixou de fazer uma negociação responsável com a União no momento adequado, inclusive com o governo (Zema) alinhado com o governo federal (Bolsonaro)”, afirmou. 

Ele lembrou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), é mineiro e tem propostas para tratar o caso, mas que não tem sido acionado para tratar do assunto.

“O presidente (do Senado) Rodrigo Pacheco é a solução. É a solução, repito, para essa negociação entre o estado de Minas Gerais e a União para recuperar e tirar o estado do buraco negro, profundo e sem fundo que entrou nos últimos anos, em especial nos últimos 5 anos”, diz.

O ministro ainda afirmou que se sente “indignado” com a situação que levou Minas Gerais a esta situação. “Inclusive nos indigna. Muitas vezes a gente vê alguém (Rodrigo Pacheco) ocupar um cargo tão importante, ter tanto protagonismo nacional, e ficar impedido ou até com dificuldade de servir ao ao seu Estado, por falta de humildade do governo entender que ele é o caminho de interlocução com o governo federal”, afirma.

Dívida explodiu

Alexandre Silveira reforçou críticas feitas pela oposição ao governo Zema em Minas Gerais e questionou o discurso oficial feito pelo governador afirmando que “colocou o Estado nos trilhos”. O ministro afirmou que é preciso deixar claro que o pagamento dos salários de servidores em dia foi possível porque existe uma liminar permite não pagar parcelas das dívidas, mas que isso não existe solução definitiva para o caso.

“O governo atual, que se diz diferente, conseguiu manter a conta do funcionalismo paga, por causa da liminar que suspendeu os pagamentos do estado com a União. Ou seja, o dinheiro que o governo teria que pagar a dívida com a União, permaneceu nos cofres do estado. Qual a consequência disso? A conta da dívida pública de Minas Gerais com a União aumentou de R$ 113 bilhões para R$ 168 bilhões”, avalia.