terça-feira, 11 de julho de 2023

 


O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) quer que o governador Romeu Zema (Novo) dê explicações sobre obras de recuperação da rodovia MG-482, “exatamente no trecho que liga sua cidade natal, Araxá, ao seu sítio pessoal, na fronteira com Rifania, em São Paulo”. A obra tem custo estimado em R$ 41,2 milhões. O pedido de apuração foi feito pela deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) e acolhido pelo procurador geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, no último dia 29 de junho. O texto do MPMG pondera que poderia haver favorecimento pessoal do governador na ação, tanto por meio de “comodidade para deslocamentos de lazer” como em “valorização imobiliária” do terreno. Jarbas Soares Júnior determinou instauração de notícia de fato, procedimento preliminar de investigação, o que não significa, ainda, que haja indícios de crime ou que uma investigação formal tenha sido aberta contra Zema. 

 

À época da divulgação das obras, o governador de Minas Gerais se defendeu nas redes sociais sobre acusação de que haveria benefício pessoal nas obras, e argumentou que o processo beneficiaria 700 mil pessoas na região. “A rodovia tem 107 km e não recebe obras há mais de 10 anos. Desde que assumi o mandato como governador, tenho recebido cobranças por melhorias nesta estrada, inclusive com abaixo-assinado dos moradores reclamando dos graves acidentes e perdas de vidas que ocorrem neste trecho", publicou em vídeo no último dia 26.  


Zema ainda ponderou que outras estradas, como a MG-464 e a MG-190, receberão obras por meio dos mesmos recursos. A reportagem de O TEMPO procurou a gestão do governador para comentar o ocorrido e não houve resposta até a publicação deste texto. Caso a resposta seja enviada, será acrescentada ao texto.Bella Gonçalves comemorou o movimento do MPMG, e questiona as motivações que levaram à escolha das estradas. “De fato, (o governador) mostra fotos de que essa rodovia está em situação de calamidade, mas existem muitas outras em situação pior em Minas. Porque, com o Estado quebrado, escolheu essa? Para nós, configura imoralidade e uso da máquina pública. Aguardamos as investigações, e queremos saber de onde partiu a ordem que escolheu essas estradas”, defende