A Polícia Civil de MG publicou, nesta terça-feira (18/07), o afastamento de ao menos 92 servidores por questões médicas. Os prazos variam de um dia até 180 dias. Entre os afastados está o servidor que é investigado por assediar a escrivã Rafaela Drumond, encontrada morta no mês passado. A primeira data dos afastamentos vai desde o dia 28/05 e até o último dia 1307. Na média, é como se dois servidores fossem afastados por dia por questões de saúde.
Procurada, a instituição alegou que, por questões éticas da medicina, não informa o motivo de afastamento dos servidores. O Sindicato dos Escrivães de Polícia de MG, por sua vez, acredita que boa parte desses afastamentos estão ligados a questões emocionais e psicológicas.
Marcelo Horta, diretor de assuntos jurídicos do Sindep, avalia que o fato dos policiais civis terem que lidar com problemas diariamente, somados com o tempo de trabalho, dificuldade em delegacias, falta de estrutura e falta de reconhecimento, causa um acúmulo que estoura na saúde da equipe.
O diretor vê com preocupação o número de afastamentos. “É preciso que algo seja feito do ponto de vista prático para que o adoecimento seja reduzido, mas não temos visto isso”, declarou. O sindicato acredita que os afastamentos também podem ser o resultado das campanhas de conscientização após a morte de Rafaela Drumond. O sindicato afirma que recebe várias denúncias de servidores, mas que por temerem represálias, não dão continuidade ao caso. A campanha foi voltada para que os policiais se cuidem e procurem auxílio médico e psicológico para as situações extremas no trabalho. Os afastamentos, segundo Horta, podem virar, na prática, uma “bola de neve”, já que atualmente existe um déficit de servidores, que também terão que trabalhar pelo colega licenciado.
Dentre os 92 afastamentos publicados nesta terça, 30 são de escrivães. Por meio de nota, a PC disse que o CID dos afastamentos por licença-saúde é sigiloso e, por este motivo, não há como estratificar os dados e nem fazer análises sobre os casos. A instituição optou por não informar qual é a quantidade de servidores na ativa.
* Fonte: jornal O Tempo - acesse link para matéria completa do nos stories
