"Um carro de polícia está rodando direto na casa da minha filha, passando em frente à loja dela. Agora é uma questão de vida ou morte, estão ameaçando a minha família". Assim Aldair Drumond, pai da escrivã Rafaela Drumond, que tirou a própria vida após supostamente sofrer assédio moral e sexual dentro da Polícia Civil, denunciou a coação que sua família estaria sofrendo na região do Campo das Vertentes, por conta das denúncias que eles têm feito.

"Se o Estado não me der proteção, pode acontecer igual o caso da Marielle (vereadora carioca assassinada a tiros em 2018). Estava em Belo Horizonte para resolver algumas coisas, mas estou voltando para Barbacena agora para ficar mais perto da minha família. Estou pedindo ajuda", apelou Aldair, que já se preparava para deixar a capital mineira e conversou rapidamente por telefone com a reportagem.

A denúncia acontece um dia depois do pai de Rafaela denunciar que o promotor de Carandaí, cidade da mesma região, teria dito que ele estaria "fazendo muito barulho" e que ele e a família deveriam "deixar a filha em paz". Na quarta-feira (21 de junho), ele fez uma manifestação na praça Sete e prometeu criar um instituto para ajudar mulheres.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil foi procurada por volta das 11h para falar sobre as ameaças e coações que a família da escrivã estaria sofrendo para parar de denunciar o caso. A instituição respondeu às 15h30 que "não tem conhecimento sobre os fatos e orienta, qualquer pessoa que se sinta ameaçada, a formalizar uma denúncia pelo Disque 181 ou pelo Disque-Ouvidoria: 162".