A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) realiza na próxima sexta-feira (30), às 13h, uma audiência pública para discutir o caso da escrivã da Polícia Civil Rafaela Drumond, que cometeu suicídio no início deste mês em Carandaí, na Zona da Mata mineira.
Segundo relatos de colegas, da família e da própria agente, ela vinha sofrendo assédio moral e sexual. O episódio acende um alerta sobre a saúde mental de servidores “que se sentem vulneráveis diante de perseguições que ocorrem na instituição, devido à falta de efetivo, à sobrecarga de trabalho e à falta de equipamentos para a devida prestação da política pública”, de acordo com a pauta da Comissão.
Foram convocados para a reunião a chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Letícia Gamboge, além do secretário de Governo Igor Eto e da secretária de Planejamento e Gestão, Luisa Barreto.
A Polícia Civil e o Governo de Minas ainda não informaram se os convocados vão participar da audiência.
Entre os convidados estão o corregedor-geral da Polícia Civil, Reinaldo Felicio Lima e o promotor de Justiça Francisco Angelo Silva Assis, da Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos e de Apoio Comunitário e Fiscalização das Atividades Policiais do Ministério Público de Minas Gerais.
Também devem participar do encontro representantes de sindicatos e familiares de Rafaela.
Ciclo vicioso
Para o presidente da Comissão de Segurança Pública da ALMG, deputado Sargento Rodrigues (PL), o caso de suicídio da escrivã representa o extremo de uma situação complexa que passa pela falta de efetivo para suprir as demandas da segurança pública no estado.
“Nas seis últimas edições do Assembleia Fiscaliza o assunto mais cobrado pela comissão tem sido efetivo. Por quê? Porque eu estou vendo a sobrecarga aumentar e não ter reposição dos servidores. Não contratam efetivo a contento. Então a polícia está capengando. A questão do efetivo é um componente muito importante, muito forte pra esse tipo de coisa que está acontecendo. A falta de efetivo gera sobrecarga, a sobrecarga aumenta a cobrança, a cobrança vira assédio e assédio leva ao suicício, é um ciclo vicioso”, argumenta o parlamentar.