Furto de provas de dentro de instituto da Polícia Civil em BH é investigado
Especialista explica que a subtração de evidências pode, inclusive, impossibilitar a solução de crimes e impedir a apresentação de inquéritos ao MPMG
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil investiga suposto furto de provas do Instituto de Criminalística (IC), em Belo Horizonte, relacionadas a um crime do interior de Minas Gerais. A apuração tramita em segredo de Justiça, mas a técnica assistente da Polícia Civil foi afastada das atividades e proibida judicialmente de entrar em qualquer unidade policial. A instituição instaurou inquérito para apurar o sumiço das evidências no órgão, que é responsável por realizar perícias, que são fundamentais nas investigações realizadas pela corporação.
A subtração de evidências pode impossibilitar a solução de crimes e, por consequência, impedir a apresentação de inquéritos ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Os processos judiciais só têm início após a representação dos promotores. Isso significa que, quando um delito não é apurado, o criminoso pode acabar "livre".
Fontes, que pediram sigilo, informaram que a servidora, que não terá o nome divulgado, retirava de dentro do IC armas e drogas possivelmente usadas em contravenções. Ela levava os objetos para a residência dela e também para a casa do suposto criminoso. Ainda segundo os informantes, a servidora teria um relacionamento com o criminoso ligado às evidências. “A polícia encontrou tudo na casa dela e do parceiro. O que mais choca é que a servidora nem foi presa”, disse a fonte.
Suspeita segue recebendo R$ 3,5 mil por mês
A servidora, conforme consta no Portal da Transparência, tem jornada semanal de 40 horas e atua como técnico assistente da Polícia Civil. No site consta que ela está em situação ativa. A remuneração bruta no último mês de março foi de R$ 3.788,53, com os descontos, o valor líquido recebido foi de R$ 3.516,56.
Conforme a fonte, em várias ocasiões, houve a subtração de provas que estariam sob a custódia da Polícia Civil. Esses materiais deveriam ser utilizados para embasar investigações. Das armas, por exemplo, a corporação poderia recolher impressões digitais. As drogas "furtadas" passariam por procedimentos para a comprovação da natureza do entorpecente.