domingo, 16 de abril de 2023

Especialistas em comportamento juvenil não acreditam que o aumento de autoridades armadas no ambiente escolar seja a solução

Autoridades governamentais, forças de segurança e especialistas em educação pedem tranquilidade da população e recomendam mais diálogo com adolescentes

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Especialistas em comportamento juvenil não acreditam que o aumento de autoridades armadas no ambiente escolar seja a solução
A Polícia Militar mineira lançou operação para proteção de escolas

Com o aumento de casos de ameaças de massacre e ataques contra escolas públicas e privadas no Brasil, a Polícia Militar de Minas Gerais lançou, na última segunda-feira (10), uma Operação de Proteção Escolar.

Além disso, diversas cidades estão preparando a Guarda Civil Municipal para realizar rondas em escolas. Especialistas em comportamento juvenil, entretanto, não acreditam que o aumento de autoridades armadas no ambiente escolar seja a solução.

A própria Polícia Militar propôs a criação de conselhos comunitários de segurança escolar, de forma a reunir diretores, professores, funcionários e pais e estimular a troca de experiências e informações que possam contribuir para a segurança das escolas.

As autoridades pedem, no momento, que a população mantenha a calma e não compartilhe boatos ou notícias falsas, que aumentam a sensação de insegurança e, consequentemente, atos de violência no ambiente escolar.

“Uma das coisas mais importantes que a comunidade pode ajudar a PM, nesse momento, é a não difusão de informações que chegam através das redes sociais. A difusão de informações pela internet só aumenta o pânico, causando um medo desnecessário às pessoas sobre situações que, na sua maioria, não vão ocorrer”, recomenda o tenente-coronel Flávio Santiago, chefe do Centro de Jornalismo da PM.

Acolhimento dos alunos

A professora Valéria Morato, que é presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais, explica que a principal forma de prevenir ataques ao ambiente escolar é promovendo o acolhimento dos alunos, fazendo com que eles se sintam seguros e respeitados na escola.

“Nós entendemos que violência não se combate com violência e nós não devemos estimular a cultura do olho por olho e dente por dente. As crianças precisam ir para as escolas com a sensação de que ali é um lugar seguro. A melhor forma de tratar o caso da violência é através da conversa, do diálogo e do acolhimento”, argumenta a professora.

Especialistas desencorajam presença de policiais nas escolas

Especialistas em comportamento juvenil não acreditam que o aumento de autoridades armadas no ambiente escolar seja a solução

Autoridades governamentais, forças de segurança e especialistas em educação pedem tranquilidade da população e recomendam mais diálogo com adolescentes

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Especialistas em comportamento juvenil não acreditam que o aumento de autoridades armadas no ambiente escolar seja a solução
A Polícia Militar mineira lançou operação para proteção de escolas

Com o aumento de casos de ameaças de massacre e ataques contra escolas públicas e privadas no Brasil, a Polícia Militar de Minas Gerais lançou, na última segunda-feira (10), uma Operação de Proteção Escolar.

Além disso, diversas cidades estão preparando a Guarda Civil Municipal para realizar rondas em escolas. Especialistas em comportamento juvenil, entretanto, não acreditam que o aumento de autoridades armadas no ambiente escolar seja a solução.

A própria Polícia Militar propôs a criação de conselhos comunitários de segurança escolar, de forma a reunir diretores, professores, funcionários e pais e estimular a troca de experiências e informações que possam contribuir para a segurança das escolas.

As autoridades pedem, no momento, que a população mantenha a calma e não compartilhe boatos ou notícias falsas, que aumentam a sensação de insegurança e, consequentemente, atos de violência no ambiente escolar.

“Uma das coisas mais importantes que a comunidade pode ajudar a PM, nesse momento, é a não difusão de informações que chegam através das redes sociais. A difusão de informações pela internet só aumenta o pânico, causando um medo desnecessário às pessoas sobre situações que, na sua maioria, não vão ocorrer”, recomenda o tenente-coronel Flávio Santiago, chefe do Centro de Jornalismo da PM.

Acolhimento dos alunos

A professora Valéria Morato, que é presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais, explica que a principal forma de prevenir ataques ao ambiente escolar é promovendo o acolhimento dos alunos, fazendo com que eles se sintam seguros e respeitados na escola.

“Nós entendemos que violência não se combate com violência e nós não devemos estimular a cultura do olho por olho e dente por dente. As crianças precisam ir para as escolas com a sensação de que ali é um lugar seguro. A melhor forma de tratar o caso da violência é através da conversa, do diálogo e do acolhimento”, argumenta a professora.

Especialistas desencorajam presença de policiais nas escolas

Após o aumento de casos de ameaças em escolas, cresceram também as pesquisas no Google sobre "como fazer spray de pimenta" ou "como agir se minha escola for atacada". Especialistas em comportamento de crianças e adolescente, entretanto, desencorajam reações violentas aos ataques e criticam, inclusive, a presença de autoridades armadas no ambiente escolar.

"De forma alguma colocar policiais dentro das escolas é uma solução. A criança fica violenta quando ela é negligenciada, violentada e agredida, sem espaços para manifestar sua identidade que está em construção. Colocar o policial ali só significa que nós estamos tratando todas essas crianças como potenciais criminosos", explica Fábio Belo, professor de psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A solução, para ele, é desincentivar atitudes violentas dentro de casa e das escolas, investindo em educação de melhor qualidade, atividades de lazer e esportivas para as crianças nas comunidades. Fábio afirma que quanto mais a sociedade investir nas crianças, menores são as chances dela se tornar violenta.

"Nós devemos contratar mais professores de música, filosofia, educação física e mais psicólogos. O que faz com que as crianças não sejam violentas é exatamente o investimento nelas e no acolhimento. Onde há investimento em educação de qualidade, há menos massacres. Onde as armas estão liberadas e são colocadas como modelo de convívio social, há mais massacres", argumenta.

Como agir em casos de ataques às escolas

A polícia também desencoraja que os alunos se armem ou reajam a ataques dentro das escolas. Segundo o tenente-coronel Flávio Santiago, cabe às autoridades e ao governo combater as ameaças e práticas violentas, e não às crianças, pais ou professores.

"O governo de Minas tem tomado medidas com a operação de proteção escolar. A PM acredita que a formação das redes de proteção representam o caminho do diálogo para que nós tenhamos uma comunidade escolar ativa".

Por isso, o tenente-coronel explica que, em casos de ameaças ou ataques violentos no ambiente escolar, a primeira coisa a ser feita é procurar um abrigo e, logo depois, ligar para a polícia.

"Sempre que ocorrer uma situação violenta busque abrigo e a proteção, faça com que as pessoas que estejam naquele ambiente também fiquem protegidas e acione a Polícia Militar imediatamente, para que aqueles que são técnicos possam agir com a maior segurança possível", conclui.Após o aumento de casos de ameaças em escolas, cresceram também as pesquisas no Google sobre "como fazer spray de pimenta" ou "como agir se minha escola for atacada". Especialistas em comportamento de crianças e adolescente, entretanto, desencorajam reações violentas aos ataques e criticam, inclusive, a presença de autoridades armadas no ambiente escolar.

"De forma alguma colocar policiais dentro das escolas é uma solução. A criança fica violenta quando ela é negligenciada, violentada e agredida, sem espaços para manifestar sua identidade que está em construção. Colocar o policial ali só significa que nós estamos tratando todas essas crianças como potenciais criminosos", explica Fábio Belo, professor de psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A solução, para ele, é desincentivar atitudes violentas dentro de casa e das escolas, investindo em educação de melhor qualidade, atividades de lazer e esportivas para as crianças nas comunidades. Fábio afirma que quanto mais a sociedade investir nas crianças, menores são as chances dela se tornar violenta.

"Nós devemos contratar mais professores de música, filosofia, educação física e mais psicólogos. O que faz com que as crianças não sejam violentas é exatamente o investimento nelas e no acolhimento. Onde há investimento em educação de qualidade, há menos massacres. Onde as armas estão liberadas e são colocadas como modelo de convívio social, há mais massacres", argumenta.

Como agir em casos de ataques às escolas

A polícia também desencoraja que os alunos se armem ou reajam a ataques dentro das escolas. Segundo o tenente-coronel Flávio Santiago, cabe às autoridades e ao governo combater as ameaças e práticas violentas, e não às crianças, pais ou professores.

"O governo de Minas tem tomado medidas com a operação de proteção escolar. A PM acredita que a formação das redes de proteção representam o caminho do diálogo para que nós tenhamos uma comunidade escolar ativa".

Por isso, o tenente-coronel explica que, em casos de ameaças ou ataques violentos no ambiente escolar, a primeira coisa a ser feita é procurar um abrigo e, logo depois, ligar para a polícia.

"Sempre que ocorrer uma situação violenta busque abrigo e a proteção, faça com que as pessoas que estejam naquele ambiente também fiquem protegidas e acione a Polícia Militar imediatamente, para que aqueles que são técnicos possam agir com a maior segurança possível", conclui.

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