A facilidade para entrada e permanência no país podem fazer de Portugal um destino de fuga para criminosos brasileiros.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) tem investigações em curso para cumprir mandados de prisão de brasileiros procurados pela Interpol.
O Portugal Giro apurou que o SEF tem feito cruzamento de dados em sua base para filtrar pedidos de residência dos criminosos e auxiliar nas buscas.
Recentemente, o órgão apertou o cerco, concluiu investigações e prendeu dois fugitivos em um intervalo de dois dias, na primeira semana de 2023, como publicou o blog.
Ambos viviam normalmente no país, apesar de entrarem de maneira irregular. Cometeram assassinatos no Brasil há 14 e cinco anos, mas andavam livres pelas ruas portuguesas.
Um deles, condenado a 13 anos e seis meses por ter assassinado uma mulher em Minas Gerais em 2019, chegou a apresentar documentos para solicitar a autorização de residência.
O homicida vivia na calma cidade de Santa Maria da Feira, região próxima ao Porto e muito procurada por brasileiros devido à falta de mão de obra. Será extraditado, assim como o outro assassino, preso enquanto caminhava por Lisboa.
Antes das operações deste ano, o SEF havia prendido no início de dezembro um brasileiro procurado no Ceará por crimes de pedofilia.
Tudo que o governo português quer evitar é que o país vire rota de fuga na Europa no momento em que pôs em prática incentivos para atrair imigrantes diante da crise de mão de obra.
E o Executivo pretende intensificar a “limpeza” quando o SEF for dissolvido este ano em uma nova agência, com competências burocráticas e policiais separadas.
Em dezembro, o ex-policial militar Robson Souza deu entrevista ao "Diário de Notícias" onde alertou para o "risco real" de entrada em Portugal de fugitivos brasileiros, como publicou o jornal.
Souza defendeu tese de mestrado na Universidade Nova de Lisboa, na qual detectou “falhas nos registros criminais emitidos (nada consta) pela Polícia Federal (...) que permitem que fugitivos à Justiça brasileira possam sair com certidões sem cadastro” criminal, informou o jornal.