Após polêmica com coronel da PM, Eto participa de evento das forças de segurança
O secretário de governo foi acusado de ter tentado chantagear um coronel da Polícia Militar no último mês
Pouco mais de um mês depois de ser acusado de ter tentado chantagear um coronel da Polícia Militar para mudar o voto dele na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o secretário de governo, Igor Eto, compareceu pela primeira vez a um evento das forças de segurança do Estado. Durante a solenidade de entrega das novas viaturas para a Polícia Civil, nesta quarta-feira (1/3), Eto exaltou a presença dos deputados estaduais presentes e destacou a importância do legislativo e do executivo andarem juntos.
"A gente tem uma vida árdua de missões, de sacrifícios, de muitas vezes de sermos vidraças para as pedras do dia a dia, mas é importante estarmos unidos aqui hoje para celebrar esse momento como nós estamos fazendo", afirmou o secretário depois de mencionar o nome dos 11 parlamentares presentes no evento. Os deputados Sargento Rodrigues (PL) e Cristiano Caporezzo (PL) não estiveram na solenidade.
Vale lembrar que em janeiro Caporezzo acusou Igor Eto de tentar chantagear o coronel Marco Aurélio Zancanela do Carmo para mudar o voto dele na eleição para a presidência da ALMG.
"Nos últimos quatro anos, o governador fez o compromisso e o trabalho de arrumar a casa, agora, o nosso compromisso é avançar e valorizar as instituições do Estado. A Polícia Civil e a segurança pública são prioridades do governador", afirmou o secretário de governo ao agradecer a articulação que viabilizou a nova frota da corporação.
A Polícia Civil recebeu, nesta quarta-feira, 131 novas viaturas. O investimento da ordem de R$ 20,6 milhões é proveniente de um acordo entre o governo do Estado e o Senado Federal, além da indicação de emendas parlamentares. "Quero agradecer o apoio, a sensibilidade de trabalhar ao lado, de ouvir, de muitas vezes receber as demandas da Polícia Civil, de se colocar à disposição, de ser parceiros do governo Estado nesse sentido de ajudar a fortalecer a segurança pública. É assim que temos que seguir caminhando", finalizou.
Entenda
O mal estar entre o governo do Estado com as forças de Segurança começou ainda durante o primeiro mandato do governador Romeu Zema. No ano passado, policiais militares, civis e agentes prisionais pressionaram o governador Romeu Zema (Novo) a conceder 24% de recomposição salarial. Com a negativa do governo, houve ameaça de greve e até nota do comandante-geral da PMMG, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, demonstrando apoio às demandas da categoria.
Em 2019, Zema assinou um acordo com as forças de segurança que dividia o pagamento das perdas inflacionárias em três parcelas: a ideia era repor 13% em julho de 2020; em setembro de 2021, seriam acrescidos mais 12% e em setembro do ano passado, viria a etapa final, com outros 12%. No entanto, alegando inconstitucionalidade, Zema vetou o segundo e o terceiro reajustes.