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Coronel diz ter recebido ligação de secretário condicionando permanência em cargo a voto de deputado

Zancanela havia sido indicado para a chefia do Estado Maior na última quarta-feira

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Coronel diz ter recebido ligação de secretário condicionando permanência em cargo a voto de deputado
Segundo o coronel, sua exoneração precoce se deu por conta do apoio dado pelo deputado estadual eleito Cristiano Caporezzo (PL) à chapa do deputado Tadeu Martins Leite (MDB)

Em áudio gravado e enviado para um grupo de oficiais do Alto Comando da Polícia Militar de MG na madrugada deste sábado (21), o coronel Marco Aurélio Zancanela, retirado nesta sexta-feira (20) da chefia do Estado Maior da corporação por uma suposta retaliação política do governo, rebateu nota da gestão Zema que dizia que a troca na indicação para o cargo teria sido uma decisão do comandante-geral da polícia.

Segundo Zancanela, o secretário de Estado de Governo, Igor Eto, teria ligado exigindo que o coronel conversasse com um deputado estadual para mudar o voto do parlamentar na eleição interna da Assembleia Legislativa. A permanência do coronel na chefia do Estado Maior teria sido condicionada ao voto do deputado no Legislativo.

"Prezados coronéis do Alto Comando da Polícia Militar, aqui é o coronel Zancanela, passando aqui pra dizer que essa nota do governo é uma mentira, o coronel Piassi hospedar essa nota sabendo que é mentira ao meu ver não é correto. Quero dizer que o motivo da minha saída foi decisão unilateral do governador, essa tarde recebi um telefone do secretário Igor Eto, falando assim 'coronel, o deputado Caporezzo que indicou você pra entrevista, confere?', eu disse que sim, aí ele 'poisé coronel, o deputado traiu a gente, e o deputado declarou apoio para a chapa contrária a chapa do governo na presidência da Assembleia, então, coronel, você avisa o Caporezzo que ele tem 30 minuto para gravar um áudio declarando apoio ao governador se não vamos te tirar da lista'. Eu virei e falei 'então secretário, pode tirar', ele assustou, 'sério?', 'é, pode tirar, eu não vou ficar devendo nada pra deputado, ele só me indicou pra entrevista, não condicionou nada pra eu ficar no cargo. Eu achei que era um processo de entrevista sério, por meritocracia'" diz, no áudio, o coronel.

Zancanela havia sido indicado para a chefia do Estado Maior na última quarta-feira (18). Segundo o coronel, sua exoneração precoce se deu por conta do apoio dado pelo deputado estadual eleito Cristiano Caporezzo (PL) à chapa do deputado Tadeu Martins Leite (MDB) para a presidência da Assembleia mineira. O emedebista é rival do deputado Roberto Andrade (Patriota) na disputa pelo comando do Legislativo - Andrade, no caso, é o candidato apoiado pelo governo Zema.

Ainda no áudio enviado ao grupo de oficiais, Zancanela acusa o novo Comandante-Geral da PM, Rodrigo Piassi, de colaborar com a "mentira". "Então senhores, isso é uma mentira, o coronel Piassi colocando isso no grupo de oficiais é uma mentira e eu tenho como provar que é mentira. Boa noite a todos".

Em vídeo publicado na sexta Caporezzo acusou o secretário de Governo de Zema, Igor Eto (Novo), de pressioná-lo para que ele votasse no candidato apoiado pelo governador na disputa, o deputado estadual Roberto Andrade (Avante). Nesta semana, o PL de Caporezzo decidiu pelo apoio à candidatura de Tadeu Martins Leite (MDB).

Em nota divulgada nesta sexta, e rebatida, agora, por Zancanela, o Governo de Minas confirmou a mudança na indicação para o Comando da PM, mas disse que a decisão foi tomada após consulta ao futuro Comandante-Geral da Polícia Militar, o coronel Rodrigo Piassi do Nascimento.

"A alteração segue o artigo 18, da Lei nº 6624, de 18/07/1975, segundo o qual a indicação do Chefe do Estado-Maior será feita pelo Governador do Estado, mediante indicação do Comandante-Geral. Portanto, o posto de Chefe do Estado-Maior da PMMG será ocupado pelo Coronel Marcelo Ramos de Oliveira. Atualmente, o Coronel Marcelo atua como Diretor de Apoio Logístico da PMMG e, além da formação militar, também é mestre em Administração", diz o Governo de Minas, em nota.

Procurado pela coluna, o governo de Minas disse que não faria nova manifestação sobre o caso e manteve a nota enviada na sexta.

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