A produção do material foi coordenada pela Comissão de Igualdade Racial, criada pelo TSE em abril deste ano, com o objetivo de ampliar a participação de pessoas negras nas eleições. A cartilha lançada pela Justiça Eleitoral, no entanto, não tem conexão com o tema eleitoral.
São, ao todo, 40 palavras e expressões rotuladas como racistas, mas o material permanece aberto para atualização com novos termos. Apesar de a cartilha mencionar termos que trazem conotações racistas, a exemplo do uso pejorativo de “serviço de preto”, ou de “negro de alma branca”, há uma série de termos que o próprio TSE reconhece não haver garantia do emprego de preconceito racial.
A palavra “esclarecer” traz em si o sentido de oposição à ausência de luz, que gera dificuldade de enxergar. Mas, segundo o TSE, a palavra também não deve mais ser usada, pois “embute-se nela o racismo a partir do instante em que transmite a ideia de que a compreensão de algo só pode ocorrer sob as bênçãos da claridade, da branquitude, mantendo no campo da dúvida e do desconhecimento as coisas negras”.
Palavras a serem banidas, segundo a Justiça Eleitoral:
- A coisa tá preta
- Barriga suja
- Boçal
- Cabelo ruim
- Chuta que é macumba!
- Cor de pele
- Criado-mudo
- Crioulo
- Da cor do pecado
- Denegrir
- Dia de branco
- Disputar a negra
- Esclarecer
- Escravo
- Estampa étnica
- Feito nas coxas
- Galinha de macumba
- Humor negro
- Inhaca
- Inveja branca
- Lista negra
- Macumbeiro
- Magia negra
- Meia-tigela / de meia-tigela
- Mercado negro
- Mulata
- Mulata tipo exportação
- Não sou tuas negas!
- Nasceu com um pé na cozinha
- Nega maluca
- Negra com traços finos
- Negra de beleza exótica
- Negro de alma branca
- Ovelha negra
- Preto de alma branca
- Quando não está preso está armado
- Samba do crioulo doido
- Serviço de preto
- Teta de nega
- Volta pro mar, oferenda!
(*) Com informações da Gazeta do Povo